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Mieloma múltiplo tem tratamento e você precisa saber disso

Novas opções terapêuticas vêm sendo aprovadas e estudadas no Brasil e no mundo

Descobrir um câncer não é fácil. Assusta, causa medo, insegurança. Mas novas terapias vêm sendo aprovadas, inclusive no Brasil. E embora possa ser considerado uma doença agressiva, o mieloma múltiplo tem tratamento.

São várias as novas opções de medicamentos e combinações terapêuticas que têm apresentado excelentes resultados.

O que é o mieloma múltiplo

Antes de entrarmos nos tratamentos, é importante explicar este tipo de câncer. Ele acontece, na maior parte dos casos, em pessoas acima dos 60 anos de idade e tem início na medula óssea. Os linfócitos se diferenciam para, então, tornarem-se plasmócitos, que são responsáveis pela produção de imunoglobulinas de vários tipos (anticorpos). Aqui ocorre uma mutação celular em um ou mais genes. Eles passam a produzir plasmócitos anormais (doentes), que fabricam imunoglobulinas anormais e de forma repetida, chamadas de proteína monoclonal ou proteína M.

É muito importante ficar atento aos sinais e sintomas do mieloma múltiplo, como anemia, fraqueza e dores ósseas. Para ver a lista completa clique aqui. O diagnóstico precoce faz importante diferença para os resultados no tratamento.

É possível tratar!

Agora sim, vamos falar sobre cada um dos tratamentos para o mieloma múltiplo. A quimioterapia é a opção mais antiga e ainda comum aqui no Brasil. Vários medicamentos potentes são usados em conjunto, com a intenção de eliminar as células doentes do organismo.

Os imonumoduladores, como a Talidomida, a Lenalidomida e a Pomalidomida apresentam resultados importantes, porque atuam diretamente no sistema imunológico do paciente, ajudando a eliminar as células cancerígenas.

Já os inibidores do proteassoma chegaram para trazer resultados ainda melhores. O Bortezomibe é indicado para o tratamento de primeira linha em pacientes com ou sem indicação de transplante de medula óssea. Já o Carfilzomibe e Ixazomib podem ser usados por pacientes que já foram tratados com outros medicamentos, mas não apresentaram respostas. Ambos inibem a ação da proteassoma, provocando várias reações e promovendo a morte das células doentes.

Imunoterapia, uma revolução no tratamento do MM

O sistema imune de nosso corpo é responsável por detectar perigos para o organismo, como vírus e bactérias. A imunoterapia, que utilizará medicamentos também chamados por anticorpos monoclonais. Esta terapia ataca o alvo da célula, mas também estimula o próprio sistema imunológico do corpo a atacar as células cancerígenas.

Em 2017 chegou ao país o Daratumumabe, imunoterápico para uso em pacientes que já haviam recebido algum tratamento previamente. Mais recentemente, ele também foi autorizado para pacientes recém-diagnosticados. O Elotuzumabe, outro anticorpo monoclonal com diferente alvo de ataque, também está aprovado no Brasil. Ele pode ser administrado em pacientes que já tratados previamente e deve ser combinado com imunomoduladores.

No 61º Congresso Anual da Associação Americana de Hematologia (ASH), que aconteceu em dezembro de 2019, em Orlando (EUA), novos tipos de imunoterapia foram apresentados. São as chamadas moléculas biespecíficas. Elas  objetivam realizar uma ponte entre os linfócitos T do paciente e as células cancerígenas, com biomarcadores como a proteína BCMA, combatendo o mieloma múltiplo. Foi apresentada a molécula biespecífica AMG 701, com resultados promissores em pacientes refratários.

A nova modalidade ainda passará por mais estudos clínicos.

Pacientes recém-diagnosticados ou recidivados, fiquem atentos! Novos tratamentos estão vindo por aí

Os pesquisadores continuam suas buscas incessantes por novas drogas e combinações terapêuticas que tragam bons resultados e, claro, qualidade de vida aos pacientes de mieloma múltiplo.

No finalzinho de 2019, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) aprovou o uso do Daratumumabe em combinação com a Lenalidomida e Dexametasona para pacientes recém-diagnosticados. Cerca de 70,6% dos pacientes presentes no estudo clínico MAIA, fase 3, não apresentaram progressão ou morte por conta do mieloma múltiplo.

Já para pacientes que recidivaram e que não responderam ao tratamento com a Lenalidomida, no ASH 2019 foi apresentada a combinação entre Carfilzomibe, Dexametasona e Daratumumabe, no chamado estudo CANDOR. Com a nova terapia, os pacientes com mieloma múltiplo apresentaram sobrevida livre de progressão significativa da doença em 37% dos casos. A combinação também apresentou taxa de resposta global em 84,3% dos pesquisados.

CAR-T Cell no combate ao mieloma

Ainda considerada uma terapia nova, a CAR-T Cell com certeza tem despertado o interesse de pesquisadores, médicos e, principalmente, pacientes. Seus resultados estão sendo muito promissores no tratamento da leucemia linfoide aguda e também de alguns tipos de linfomas. Mas o mieloma múltiplo não está fora dessa lista.

A ideia do CAR-T é isolar um tipo de linfócito T, trabalhá-lo em laboratório, e depois inseri-lo no paciente para que o câncer seja combatido. Também usando a proteína BCMA como marcador cancerígeno, cerca de 85% dos pacientes que passaram pelos estudos apresentaram boas respostas. Mas é muito importante que outros marcadores do mieloma também sejam encontrados. Assim, esta terapia conseguirá mostrar melhores e mais opções de resultados.

Transplante de medula óssea

Como vimos, são várias as opções de tratamentos que possibilitam a remissão da doença. O transplante de medula óssea será realizado quando não tiver contraindicação.

A opção indicada é o TMO autólogo, quando a medula transplantada é a do próprio paciente. Este procedimento será realizado após análise do estadiamento da doença, tratamento quimioterápico para a redução da doença e da avaliação das condições de saúde do paciente. Mas é importante mencionar que a idade não é mais um fator que impossibilita a realização do transplante. Ou seja, se o paciente é idoso, mas encontra-se bem, terá indicação para o TMO.

O mieloma múltiplo não tem cura. Mas é possível, sim, entrar em remissão completa da doença (quando os exames não mostram mais células doentes no organismo). O monitoramento com o especialista será sempre fundamental, mesmo nestes casos.

This Post Has 4 Comments

  1. Para mim notícia assim ,não é nada mais nada menos do que a vida.Viver,sonhar,olhar pra frente realizando seus sonhos com pulso firme até mesmo com ânimos redobrados e fé redobrado.
    Att,
    Hermes Pessoa

  2. Olá Bom dia Dr Breno!

    Minha mãe, tem Mieloma Múltiplo, e atualmente faz tratamento de hemodiálise, por conta da Doença, e também sente muitas dores ósseas. Gostaria de saber se ela é proibida de tomar qualquer anti-inflamatório,inclusive o que é feito naturalmente como o “Artcaps” por exemplo? O senhor conhece este medicamento?

    Grato.

    EDGAR

    1. Olá Edgar, boa tarde! Para sua mãe, os anti-inflamatórios são contraindicados. E o Artcaps é um outro tipo de tratamento ok? Se tiver qualquer dúvida, estou à disposição. Obrigado.

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