Conheça a especialidade que cuida dos cânceres hematológicos, como a leucemia e o linfoma Os cânceres do sangue, como leucemias,…
Mieloma múltiplo e seus fatores de risco
Conheça os agentes que possibilitam uma maior pré-disposição para o desenvolvimento deste tipo de câncer
Para tumores sólidos, como o câncer de pulmão e de pele, por exemplo, os fatores de risco estão muito claros para a maior parte da população. Então, para estes casos, não fumar e não se expor aos raios ultravioletas do sol são o primeiro passo. Mas, e para o mieloma múltiplo (MM)? Saiba que também é necessário ter atenção, porque ele também tem fatores de risco importantes.
Entenda o mieloma múltiplo
O mieloma múltiplo é um tipo de câncer que tem início na medula óssea. Os linfócitos se diferenciam para, então, tornarem-se plasmócitos, que são responsáveis pela produção de imunoglobulinas de vários tipos (anticorpos). Aqui ocorre uma mutação celular em um ou mais genes e passam a produzir plasmócitos anormais (doentes), que fabricam imunoglobulinas anormais e de forma repetida, chamadas de proteína monoclonal ou proteína M.
O que são fatore de risco?
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o termo risco é usado para definir a chance de uma pessoa sadia, exposta a determinados fatores, ambientais ou hereditários, desenvolver uma doença. Então, os fatores associados ao aumento do risco de desenvolver uma doença são chamados fatores de risco.
Como vimos, o mieloma múltiplo tem fatores que podem pré-dispor o seu desenvolvimento. São eles:
Idade
A maior parte dos casos de mieloma acontecem em pessoas idosas, acima dos 60 anos de idade. Ainda não se sabe exatamente o porquê, mas é possível dizer que com o passar dos anos, nossas células vão envelhecendo e passam a trabalhar com maior dificuldade. Neste processo, elas podem se desenvolver de maneira “errada”, causando então um câncer.
Gênero
Os homens tem levemente uma maior propensão de serem diagnosticados com o mieloma múltiplo.
Raça
Este tipo de câncer é duas vezes mais frequente em pessoas negras e na população ocidental, a incidência de casos da doença (ajustada pela idade) é de cerca de 5,6 casos para 100 mil pessoas.
Hereditariedade
A literatura confirma que, sim, é possível o mieloma múltiplo ser hereditário. Então, ter pais ou irmãos que desenvolveram a doença aumenta as chances para que um indivíduo também apresente o câncer. Mas estes casos são bem raros, a grande parte dos pacientes não possuem familiares com MM e não há nenhuma recomendação de exames a serem feitos aos familiares de pacientes com mieloma.
Obesidade
Vários estudos publicados e bem perto de nossa realidade mostram a obesidade como um importante fator de risco para o mieloma múltiplo. Dentre eles está a pesquisa realizada pelo Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da USP, divulgado ao final do ano de 2019, que aponta a ligação entre obesidade com o surgimento de 14 tipos diferentes de câncer, dentre eles o MM. Nestes casos, é possível falar em prevenção por meio de uma alimentação saudável e pratica de atividades físicas diárias.
Doenças de células plasmáticas
Muitas pessoas com gamopatia monoclonal de significado inteterminado (MGUS) ou plasmocitoma solitário também podem desenvolver com maior “facilidade” o mieloma múltiplo. Aqui existem fatores específicos do quadro que fazem o paciente evoluir a mieloma multiplo.
Mieloma múltiplo como fator de risco
Sim, é isso mesmo que você leu. O próprio mieloma múltiplo pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de um subtipo mais agressivo de mieloma: a leucemia de células plasmocitárias.
Embora seja bem raro, seu diagnóstico é realizado após a constatação de plasmócitos (células do mieloma) circulando pelo sangue do paciente conforme os critérios internacionais. Ela pode ser primária, quando ocorre em pessoas que não tiveram o mieloma múltiplo. Ou secundária, uma evolução rara e agressiva do próprio mieloma. Infelizmente, o prognóstico não é positivo na maior parte dos casos.
Excelente matéria, Dr. Breno!! O esclarecimento é sempre muito válido!
Anne, muito obrigado pelo carinho! Estou à disposição para o que precisar. Beijos
Minha irmã tem Mieloma Múltiplo e já com 12 anos de tratamento. Hoje, em 2021, encontra- se internada no hospital Brasília, no DF.
Dentro dela muitas dores, leucemia, tumor cerebral e muita lucidez e dores….tinha que haver cura…tinha que haver…ela tem 69 anos, uma vida intensa, família, muita força e vontade de viver. Deus é missericordioso, tenho fé.
Brasília, hospital 14/02/2021 às 02:03 da madrugada.
Sou irmã da paciente que tenta entender, por qual motivo, nunca encontraram a cura do câncer. Quem se atreve a me dizer?
Olá Célia! Obrigado por compartilhar a história de sua irmã. Com os avanços da ciência, hoje temos tratamentos que possibilitam remissão completa a muitos pacientes, e até mesmo a cura total da doença. Mas é importante entendermos que o câncer não é uma doença única. Cada subtipo pode apresentar diferentes tipos de particularidades, então por isso é muito difícil encontrar uma cura “única” para todos eles. Fico à disposição para o que precisar.
Dr. Breno, grata por seu artigo. Me ajudou bastante. Só corrigindo, minha irmã Kátia, tem 59 anos, não 69. Escrevi rápido e no calor do momento. Vida de hospital não é fácil. No silêncio da noite, não existem respostas….a sua me esclarece muita coisa. Gratidão
Excelente matéria, além de esclarecedora, usa palavras de fácil compreensão. Parabéns !!
Grivalda, muito obrigado pelo carinho! Conte comigo para o que precisar.
Olá Dr. Breno, obrigada pela matéria!
Meu pai foi diagnosticado com mieloma múltiplo quando tinha 40 anos, viveu por 6 anos.
Entendi que a questão de hereditariedade é rara, porém também tenho obesidade.
Minha pergunta é, eu deveria me prevenir e procurar algum médico para ver se tenho MGUS?
Sabrina, é importante dizer que não é possível prevenir o mieloma múltiplo ok? Mas os cuidados com a saúde são sempre importantes, então fique atenta aos sintomas e a qualquer mudança no corpo, procure por um médico. Fico à disposição.
Minha irmã com 67 anos está com mieloma ósseo, demorou muito para o diagnóstico, está sofrendo muito. Também não entendo porque ainda não encontram a cura. Nada fácil conviver com essa doença tão devastadora.
Eni, boa tarde! Embora ainda não tenha sido encontrada uma cura para o mieloma múltiplo, hoje as diferentes opções de tratamento podem possibilitar a remissão completa da doença e uma vida normal ao paciente. Fico à disposição, caso queira marcar uma consulta de segunda opinião médica, para conversarmos. Obrigado!
Bom dia!
Eu fui diagnosticado com gamopatia monoclonal de significado indeterminado (IgG Kappa). Qual é o risco de que isso evolua para mieloma múltiplo ou outra doença? E o que eu posso fazer para impedir completamente que isso aconteça?
Obrigado.
Boa tarde,
Minha irmã tem 44 anos, há mais ou menos 2 anos teve diagnostico de mieloma multiplo, fez radio, quimio e autotransplante( que pegou) ela ficou tomando somente o revilimid mas não tinha mais a doença, agora voltou como leucemia do mieloma, isso é muito agressivo? Porque pelo pouco que consegui encontrar sobre o assunto é raro e agressivo. A médica vai tratar com medicamentos que não são quimioterápicos para controlar a doença e depois fará o transplante alogenico, que tbm não é o recomendado para o mieloma, mas ela não pode mais fazer o autotransplante.. pelo q a médica falou.. ela tem uma gêmea univitelinea, que seria compatível, mas pelo que entendj não querem usar a medula dela porque querem alguma que gere uma certa “ rejeição controlada” para essas células matarem o mieloma e assim talvez conseguirem a cura.. mas isso é arriscado demais? Obrigada
Olá dr. Breno, minha mãe faleceu há 4 anos com MM, estou com dores na coluna e sendo tratada com ortopedista, existe algum exame que possa fazer para descartar MM que não seja tão invasivo quanto o mielograma?
Oi Márcia! Sinto muito pelo que aconteceu com sua mãe. O diagnóstico do mieloma múltiplo precisa da etapa do mielograma. Somente assim, temos a certeza sobre a existência – ou não – da doença. Fique atenta aos sintomas e se além das dores na coluna, apresentar anemia, procure por um hematologista.
Meu avô morreu em 1927, sofreu horrores com dores ósseas. Minha mãe foi diagnosticada com MM em 1997, durou 1 ano e faleceu aos 84 anos. Tenho 69 anos, sofro muito devido a artrose nos joelhos e coluna. Tenho muito medo de herdar está doença.