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Mieloma múltiplo assintomático

É possível que a doença não apresente sintomas e nem precise de tratamento no momento do diagnóstico

Você sabia que nem sempre o mieloma múltiplo apresenta sintomas e precisa de tratamento? Explicamos quando estes casos acontecem e qual a maneira correta de lidar. Vem ler!

Mieloma múltiplo assintomático

Se você já é paciente de mieloma múltiplo e teve muitos sintomas antes do diagnóstico, pode parecer estranho que este tipo de câncer, nem sempre, apresente sinais. Mas isso pode sim acontecer.

O chamado mieloma assintomático é uma condição entre a gamopatia monoclonal de significado indeterminado (GMSI) e mieloma múltiplo ativo (com sintomas).

Para ficar mais fácil de entender: o mieloma múltiplo tem início na medula óssea (órgão responsável pela fabricação das células sanguíneas), quando no momento em que os linfócitos (células de defesa) se diferenciam para, então, tornarem-se plasmócitos (produzem anticorpos), ocorre uma alteração e passam a ser produzidos plasmócitos anormais.

Estes plasmócitos defeituosos se acumulam na medula óssea, não exercem sua função corretamente e ainda atrapalham o funcionamento das células saudáveis.

A principal função dos plasmócitos é produzir as imunoglobulinas, que defendem o corpo contra vírus e bactérias. Porém, plasmócitos anormais se multiplicam produzindo imunoglobulinas, que não conseguem exercer suas funções de proteção, formando um amontoado de proteínas “bagunçadas” do mesmo tipo, as chamadas proteínas monoclonais ou Proteína M.

A Gamopatia Monoclonal de Significado Indeterminado é uma condição pré-câncer e cerca de 1% das pessoas que apresentam esse quadro desenvolverão o MM. Mas devemos ficar atentos, pois dependendo do subtipo, podem derivar a outros quadros como, por exemplo, amiloidose.

Mas então, como saber que o mieloma é assintomático?

Realmente, sem sintomas fica um pouco mais complicado para desconfiar que algo está errado, né? Mas, aqui, aproveitamos para lembrar da importância dos exames médicos gerais, incluindo exames de sangue completos!

O mieloma assintomático representa uma entidade entre o MGUS e o MM. Os seguintes critérios devem estar presentes:

1) Paraproteína monoclonal sérica ≥ 3,0 g/dL (IgG ou IgA) ou proteinúria monoclonal ≥ 500 mg/24 h e/ou população plasmática clonal entre 10 e 60% na MO;

2) Ausência de eventos definidores de MM, como hipercalcemia, insuficiência renal, anemia e lesões ósseas (CRAB)

É importante ressaltar que uma parte das pessoas vão acabar, sim, desenvolvendo o mieloma múltiplo ativo (com sintomas). Estudos mostram que há um risco de progressão para mieloma de 10% ao ano (50% ano em 5 anos), que diminui para 3% ao ano após 5 anos [Blood, 2008].

E todos os casos de mieloma múltiplo assintomáticos são iguais?

A resposta é não! Pacientes que não preenchem critério CRAB (cálcio elevado, insuficiência renal, anemia ou lesões ósseas) , mas apresentam muito alto risco [população plasmática clonal > 60% na MO, alterações genéticas de alto risco por uma técnica chamada FISH, razão entre cadeia leve livre afetada/não afetada > 100 e mais de uma lesão inequívoca > 5 mm detectada por exames de imagem de maior sensibilidade (TC, RNM, ou PET-TC)] são considerados portadores de MM sintomático e devem ser abordados como tal, para evitar problemas de tipo fraturas ósseas, lesões renais graves, etc.

E os demais casos de mieloma assintomático?

Recentemente foi publicada uma pesquisa com pacientes de mieloma múltiplo assintomático usando o sistema de estratificação de risco da clínica Mayo  (também chamado de critério 20/2/20), que leva em consideração os três fatores de risco a seguir para progressão:

  • Células plasmáticas da medula óssea> 20%
  • proteína M> 2 g / dL
  • Razão de cadeia leve livre (FLC) envolvida / não envolvida> 20 .

Nesta análise de 417 pacientes com MM assintomático, acompanhados sem intervenção, esses fatores de risco foram capazes de estratificar os pacientes em três grupos de risco com padrões de progressão distintos:

  • Alto risco (dois ou três fatores presentes) – Tempo médio estimado para progressão (TTP) 29 meses; risco estimado de progressão de 24% ao ano durante os primeiros dois anos, 11% ao ano nos próximos três anos e 3% ao ano nos próximos cinco anos.
  • Risco intermediário (um fator presente) – TTP mediana estimada em 68 meses; taxa estimada de progressão de 15% ao ano durante os primeiros dois anos, 7% ao ano nos próximos três anos e 4% ao ano nos próximos cinco anos.
  • Baixo risco (sem fatores presentes) – TTP mediana estimada em 110 meses; taxa estimada de progressão de 5% ao ano durante os primeiros 10 anos.

E agora, mieloma múltiplo sem sintomas tem tratamento?

Embora tenham sido publicados estudos demonstrando benefício para iniciar tratamento nos pacientes de alto risco, não há consenso e autorização para tal. Isso quer dizer que não é necessário realizar tratamento em pacientes que apresentem o mieloma de forma assintomática, principalmente nos casos de risco baixo e intermediário. Porém, muito importante o acompanhamento médico de perto para que uma possível progressão da doença seja descoberta logo no início e aí, sim, dar início aos protocolos terapêuticos.

Sinais e sintomas do mieloma múltiplo

Fique atento a sinais como:

  • Anemia
  • Cansaço e fraqueza
  • Palidez
  • Perda de peso
  • Mau funcionamento dos rins, inchaço nas pernas, urina com espuma
  • Sede exagerada e perda de apetite
  • Dores ósseas (especialmente na coluna) e fraturas espontâneas;
  • Infecções recorrentes
  • Nível elevado de cálcio no sangue (podem provocar rebaixamento do nível de consciência , arritmia

This Post Has 3 Comments

  1. É uma doença muito complexa e cada caso é um caso, como diz o Dr Breno, às vezes a pessoa está assintomático e demora para reiniciar o tratamento

  2. Eu tô com anemia, sinto cansaço é fraqueza, palidez, tive perda de peso, e estou sentindo dor estranha nos ossos, uma vez a noite senti uma dor aguda na hora que fui dormir nas costas, as pontas dos meus dedos ficam dormente é doem é também meu nariz sangra do nada é de vez é quando eu escarro sangue, pode ser mieloma múltiplo?

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