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Bifosfonatos – Vilões ou heróis?

Eles são essenciais para o tratamento do mieloma múltiplo

O mieloma múltiplo é um tipo de câncer que se desenvolve na medula óssea, e pode afetar os ossos. São várias as opções de tratamento, mas são os bifosfonatos que ganharam os holofotes recentemente.

Este grupo de medicamentos objetivam prevenir a diminuição da densidade mineral óssea e geralmente são indicados para o tratamento de doenças que provocam a fragilidade óssea, como a osteoporose e o mieloma múltiplo.

Estudos recentes mostram que, a longo prazo, é possível que seu uso possa estar associado a problemas graves, como fraturas femorais e osteonecrose mandibular.

Mas não se assuste! De acordo com o Dr. Breno Gusmão, os bifosfonatos não podem ser considerados vilões.

“Esta classe medicamentos, assim como o denosumab, são importantes para pacientes em tratamento do MM, justamente porque previnem a destruição óssea. A osteonecrose da mandíbula, descrita pela primeira vez em 2002, é um efeito colateral relativamente raro, mas potencialmente grave”, explica o médico.

Entenda a osteonecrose mandibular

Também chamada por osteonecrose da mandíbula, é uma lesão bucal que compromete o osso mandibular ou o osso do maxilar.

Pode ser bastante dolorosa ou assintomática, e dentre os principais sintomas estão: dor prolongada na mandíbula, mobilidade dos dentes, aumento dos ossos, inchaço gengival, vermelhidão na pele e ulceração. O diagnóstico é feito pela presença do osso exposto por, pelo menos, oito semanas. Já o tratamento ainda é um desafio e deve ser realizado por um cirurgião bucomaxilofacial. O uso de medicamentos também pode ser necessário.

“O mecanismo de início, em especial em pacientes que fazem uso de bifosfonatos, não é muito claro. Alguns estudos mostram que a reabsorção óssea, diminuição do fluxo sanguíneo no osso, microtraumas, inflamações e infecções locais são responsáveis pelo início do quadro. Mas é possível prevenir”, fala Dr. Breno.

A Sociedade Americana de Oncologia (ASCO) e a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) publicaram guias de recomendações para prevenção, diagnóstico e tratamento.

É muito importante manter a higiene bucal. Antes de iniciar o tratamento contra o mieloma múltiplo, é preciso realizar uma avaliação odontológica prévia, até para tratar possíveis infecções e cáries. Quando o uso de bisfosfanatos for indicado, procedimentos odontológicos invasivos não são aconselhados.

Bisfosfanatos a longo prazo

A duração para o uso destes medicamentos no tratamento do mieloma múltiplo é desconhecida. Para os pacientes com osteoporose, os bifosfonatos são frequentemente utilizados por cinco anos ou mais, mas os dados sobre uso prolongado no contexto de MM são limitados.

“Não está claro se a terapia após dois anos resulta em benefícios esqueléticos adicionais ou em aumento da toxicidade. Na ausência de ensaios clínicos, recomenda-se que o tratamento seja feito mensalmente por um período de, pelo menos, dois anos. Após este prazo, a decisão de continuar a terapia com os bifosfonatos pode ser reavaliada”, comenta Dr. Breno.

Uso bifosfonato, e agora?

 Os benefícios estão bem estabelecidos e evidentes. “Eles evitam fraturas espontâneas secundárias a ossos enfraquecidos. Alguns estudos demonstraram, inclusive, aumento de sobrevida dos pacientes com mieloma múltiplo. Em definitiva, são remédios extremamente úteis”, enfatiza o Dr. Breno Gusmão.

Mas se você apresentar qualquer sinal diferente, como dores na região bucal, converse com seu médico!

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