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Fé como aliada no tratamento oncológico

Estudos comprovam que “acreditar em algo positivo” ajuda nas defesas naturais do corpo

Receber o diagnóstico de um câncer é sempre bastante impactante para o paciente. Mesmo com a informação de que hoje a Medicina está bastante avançada, possibilitando diferentes opções de medicamentos, com boas respostas, é muito comum que sentimentos como insegurança, medo e ansiedade passem a acontecer. É neste momento que a fé como aliada no tratamento oncológico pode ser um importante auxílio. E a ciência comprova isso.

Qual a diferença entre fé e religião?

Antes de tudo é preciso esclarecer esta dúvida, bastante comum entre as pessoas.

Embora muitos entendam que fé e religião tenham o mesmo significado, a verdade é que ambas podem até andar juntas, mas são diferentes.

A religião é definida e compreendida como um conjunto de crenças em algo considerado divino e sagrado – Deus, Jesus Cristo, Allah, Pajé, Olorum, dentre outros. Nas religiões, também é possível encontrar diferentes ritos – católica, evangélica, umbanda, dentre outras.

Sendo assim, o que fé significa? não necessariamente é acreditar em algo superior ou seguir algum rito, e sim acreditar em algo. Claro, é possível que as pessoas tenham fé e unam isso a uma prática religiosa. Porém ter fé é, por exemplo, acreditar que um problema familiar pode ser resolvido, que aquela vaga de emprego tão esperada pode ser conquistada e, claro, que a saúde pode ser restabelecida.

Fé e câncer: entenda a conexão

São diversos os estudos que comprovam a importância da fé para os melhores resultados durante a luta contra o câncer. Por exemplo, uma pesquisa realizada na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, mostrou que acreditar em algo superior/elevado, fortalece os pacientes. Nos Estados Unidos, uma outra pesquisa desenvolvida pela Universidade de Duke, comprovou que pacientes que realizam alguma prática religiosa apresentam 40% menos chances de sofrerem depressão durante o tratamento do câncer e de doenças no geral.

“O exercício da fé, seja ele como for, é muito importante para o paciente oncológico. Na Psicologia, a espiritualidade é considerada um recurso de enfrentamento. Ou seja, uma ferramenta importante para entender o mundo e as questões que não podem ser explicadas pela ciência, mas que ajuda a dar conforto para o coração, dar sentido para a existência. Por meio da fé, a pessoa pode conseguir respostas que, apenas no tratamento, talvez não encontre. Mas realmente é muito importante sempre separar fé, no sentido de espiritualidade, da religiosidade. São coisas distintas, que podem ou não estar conectadas”, diz Caio Viana, psicólogo responsável pelas áreas de Oncologia e Onco-Hematologia da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e presidente da Estadual São Paulo da Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia (SBPO).

Sendo assim, é possível afirmar que a fé, nas diferentes maneiras que ela pode se apresentar, significa um apoio essencial para o corpo e para a mente.

Quando a fé pode ser prejudicial ao tratamento oncológico

Como vimos, receber a notícia sobre um câncer pode ser bastante impactante para o paciente. E também para todos aqueles que estão em sua volta. A fé, por sua vez, chega como uma luz no fim do túnel, trazendo uma sensação de calmaria e também de potência para encarar os próximos passos, por mais difíceis que pareçam.

A busca por informações é essencial neste processo. Afinal, conhecer aquilo que está enfrentando é ferramenta importante para que medos e pensamentos negativos sejam afastados. Mas, neste momento, é possível que notícias falsas, porém com alto impacto emocional, surjam dentre tais pesquisas. São os casos das curas milagrosas, que podem vir de várias maneiras: plantas, ervas, alimentos, chás, sucos e até pílulas que prometem curar todos os tipos de câncer.

É preciso ter cuidado. Para ter fé e seguir uma religião, o paciente não deve abandonar o tratamento indicado pelo médico. Assim como os estudos indicam que acreditar em algo ajuda no combate aos problemas de saúde, eles também comprovam que seguir o tratamento com medicamentos específicos é essencial para a cura das diversas doenças.

O câncer não é uma doença única, e sim um conjunto delas, com especificidades individuais e diferenças celulares. Isso quer dizer que um único tratamento não servirá para curar todos os tipos. É preciso avaliar caso a caso e indicar protocolos distintos. Não caia em fake news!

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