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Interação medicamentosa. Já ouviu falar?
Às vezes, um alimento ou até mesmo sucos de frutas podem prejudicar a ação de um medicamento. É o caso do Imatinibe, que não combina com toranja
Durante a vida, todos receberemos a indicação para tomar algum medicamento, seja por problemas de saúde mais “leves”, como um enjoo e uma dor de garganta passageira, ou até por questões consideradas mais graves, como pressão alta e câncer. Mas, para que eles possam fazer o efeito correto, é importante evitar a interação medicamentosa.
Mas, o que é a interação medicamentosa?
Este evento clínico pode ocorrer entre medicamento-medicamento, medicamento-alimento ou medicamento-drogas (álcool, cigarro e drogas ilícitas). Ele acontece quando há interferência de uma dessas substâncias na ação do medicamento/remédio indicado pelo médico.
Evite a automedicação
Quando estamos com dor de cabeça, dor de estômago ou enjoo, por exemplo, recorremos à caixinha de remédios que temos em casa. Afinal, nem todo medicamento exige receita médica para ser comprado – e as farmácias estão por todos os lugares.
Porém, é importante saber que não é “sem querer” que o especialista, quando faz uma receita com medicamentos diferentes, escolhe horários distintos para tomar cada eles.
Isso porque um medicamento, quando misturado a outro, pode cortar ou até mesmo potencializar o efeito e causar complicações ao paciente.
Leite, chás e álcool estão liberados?
Quem nunca escutou da avó que tomar um remédio com leite ajuda a proteger o estômago? Ou que precisava tomar um remédio bem naquela noite de comemoração com os amigos? Fique atento, porque todo cuidado é pouco!
O álcool deve ser totalmente evitado durante e após o uso de qualquer medicamento. Isso porque ele também pode cortar a resposta desejada ou aumentar as chances de uma reação adversa.
Tomar remédio com o auxílio do leite também não é a melhor opção. Isso porque, a depender do medicamento, é possível que a interação com a lactose seja bastante problemática. É o caso dos antibióticos contendo tetraciclina, por exemplo, que podem ter seus efeitos completamente anulados.
Os chás, por sua vez, podem até parecer inofensivos, afinal eles realizados a partir da infusão de ervas naturais com água. Entretanto, não é bem assim…
Para se ter uma noção, a camomila, em doses elevadas, pode provocar paralisia dos músculos do aparelho digestivo. O boldo, pode aumentar a ação de medicamentos anti-hipertensivos, por exemplo. Já o funcho potencializa o efeito do antibiótico ciprofloxacina. O guaco, por sua vez, reduz a ação de anticoagulantes e a cáscara-sagrada pode causar alterações no funcionamento do intestino.
Toranja e Imatinibe não combinam!
Pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC) têm o Imatinibe como um dos tratamentos principais e com excelentes respostas, possibilitando uma vida normal e livre da doença na maior parte dos casos.
Este medicamento atua nos processos de proliferação e apoptose celular e necessita ligar-se às enzimas do complexo 3A4 para ser metabolizado e excretado. E este complexo é responsável pela metabolização de drogas no fígado.
A toranja, também conhecida por grapefruit, assim como cranberry e a Erva de São João, possuem ação semelhante a do medicamento. Quando o consumo destes é próximo ao uso da medicação, ou junto à medicação, acaba havendo uma competição entre eles pelo mesmo complexo enzimático. Pode ocorrer de o medicamento ficar mais tempo circulante no sangue, por não ter sido devidamente metabolizado e excretado, aumentando os níveis deste medicamento no sangue e, com isso, aumentando os riscos de efeitos adversos e tóxicos.
Alimentos também entram na lista de cuidados!
Pois é, não são somente as bebidas que causam a interação medicamentosa. A interação medicamentosa com alimentos também pode ocorrer.
Em relação aos quimioterápicos, a restrição alimentar irá depender dos efeitos colaterais apresentados pelo paciente e conforme a particularidade de cada medicamento. Agora, os antibióticos, de maneira geral, mexem com o funcionamento intestinal. Neste caso, é preciso evitar alimentos ricos em fibras e/ou gordurosos.
Os corticoides tem um ponto de atenção importante: eles mexem com os níveis de cortisol, o “hormônio do estresse”, o que pode aumentar a irritabilidade e o apetite do paciente. Por isso, é importante evitar alimentos com muito sódio, açúcar e gordura.
Nada de tomar remédio a seco. Água é a melhor opção
Bem, depois de tantas restrições que vimos, é possível que você esteja pensando: então o melhor caminho é tomar o medicamento a seco, certo? Mas a resposta é NÃO.
Os comprimidos devem ser tomados com água, para facilitar sua ingestão, impedindo que grudem no esôfago e causem desconforto. Ou até mesmo uma inflamação! Isso porque, caso o comprimido fique por muito tempo em contato com a parede do esôfago, pode surgir uma ferida no local.
Importante! Antes de tomar qualquer medicamento, converse com seu médico para saber qual a forma correta de ingeri-lo. E nunca faça a automedicação.
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