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Tenho HIV. Posso ter linfoma?

Portadores do vírus da aids precisam ficar atentos ao desenvolvimento deste tipo de câncer

Dezembro é o mês de conscientização sobre o HIV, popularmente chamado de aids (este termo não é mais usado na área médica). Mas o que talvez você ainda não saiba é que este vírus tem importante ligação com um dos tipos de câncer mais comuns: o linfoma não-Hodgkin.

O que é o HIV

HIV é a sigla em inglês usada para descrever o vírus da imunodeficiência humana, porque ele ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. No caso do HIV, as células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. Por conta de uma alteração no DNA destas células, o vírus HIV consegue fazer cópias de si mesmo e passa a se multiplicar.

HIV e AIDS são a mesma coisa?

É importante ressaltar que ser portador do HIV não é a mesma coisa que ter aids. Existem muitas pessoas que vivem anos com o vírus, sem apresentar sintomas. Ainda que, sim, possam transmiti-lo por meio de relações sexuais não protegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez ou amamentação, a aids só será detectada quando o vírus se “desenvolver”.

Os sintomas da aids são: febre e mal-estar que lembram uma gripe, fraqueza, diarreia e gânglios aumentados.

Relação entre linfoma não-Hodgkin e HIV

Desde 1980, quando o HIV passou a ser conhecido em todo o mundo, o desenvolvimento de alguns cânceres passou a estar associado ao vírus da aids: sarcoma de Kaposi, câncer de colo do útero e, o que vamos abordar aqui, linfoma não Hodgkin (LNH).

Como vimos, o HIV provoca o enfraquecimento do sistema imunológico, em especial de um tipo de linfócito T. E é justamente este enfraquecimento no sistema que protege nosso organismo contra vírus e bactérias, causando o mal funcionamento dos linfócitos, que faz com que surjam os linfomas.

Isso não significa que todos os pacientes com o vírus HIV irão desenvolver este tipo de câncer, mas mostra a importância de ficar atento aos sintomas do linfoma, para que o diagnóstico aconteça precocemente:

  • Aumento dos linfonodos (gânglios) do pescoço, axilas e/ou virilha
  • Suor noturno excessivo
  • Febre
  • Coceira na pele
  • Perda de peso sem causa aparente

Como tratar o linfoma em pacientes com HIV?

Se o HIV é descoberto logo no início, seu portador poderá controlar o desenvolvimento do vírus por meio do coquetel anti-HIV, uma combinação de diversos medicamentos que atacam o invasor. Agora, se o vírus já se desenvolveu, será fundamental o uso do coquetel antirretroviral, que também é composto por uma série de medicamentos que objetiva o aumento de sobrevida e qualidade de vida do paciente. Ainda não foi descoberta a cura do HIV.

Caso o diagnóstico do linfoma aconteça, ambos os tratamentos contra o vírus HIV deverão continuar. E aí, em conjunto a eles, será necessária a realização da quimioterapia, radioterapia, imunoterapia ou transplante de medula óssea.  Alguns estudos mostram uma possível interação medicamentosa, por isso somente o onco-hematologista é quem poderá definir qual a melhor opção.

Com o avanço da ciência, hoje é possível dizer que para pacientes que possuem o HIV e desenvolvem o linfoma, as chances de cura para o câncer são as mesmas daqueles que não possuem o vírus. Já para os casos em que o vírus do HIV foi “desenvolvido”, apresentando a síndrome de imunodeficiência adquirida (aids), os resultados com a quimioterapia ainda não são tão promissores. Mas a imunoterapia, que apresenta toxicidade reduzida, pode ter indicação.

HTLV, vírus irmão do HIV, também pode causar linfoma

Tipo de retrovírus da mesma família do HIV, o HTLV também infecta os linfócitos T. Sua contaminação acontece por meio do sangue. Como em relações sexuais, compartilhamento de agulhas, gravidez e/ou amamentação sem os devidos cuidados.

São dois os tipos: HTLV-I e HTLV-II. Vamos focar no primeiro, altamente ligado aos cânceres hematológicos como linfoma de células T do adulto e leucemias (também de células T).

Cerca de 5% das pessoas desenvolvem problemas de saúde relacionados ao vírus, mas dentre os sintomas mais comuns, e relacionados ao aparecimento destes tipos de câncer, estão: lesões cutâneas, com regiões avermelhadas com pequenas elevações moles, descamação da pele, gânglios inchados e alterações visuais e ósseas.

Diferente do HIV, para este tipo de vírus ainda não há um tratamento específico. Por isso, caso seu portador desenvolva um linfoma ou uma leucemia, tratará apenas o câncer.

Previna-se!

Ainda não é possível prevenir o desenvolvimento do linfoma, propriamente dito. Mas é, sim, possível evitar seus fatores de risco: os vírus HIV e HTLV.

  • Use sempre preservativos durante o sexo
  • Nunca compartilhe seringas, agulhas ou demais objetos cortantes, como alicates de unha e lâminas de barbear
  • Tatuagens e piercings devem ser feitos com materiais descartáveis
  • Grávidas infectadas precisam iniciar o tratamento o quanto antes, para que o vírus não seja disseminado à criança

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