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Atividade física no tratamento do câncer

Os exercícios são aliados dos pacientes hematológicos

Muitos pacientes oncológicos são orientados a poupar o corpo, descansar e evitar esforços. Embora o descanso seja importante, há outro elemento essencial para a qualidade de vida que ainda é subestimado: a atividade física no tratamento do câncer.

Diversos estudos já comprovam que manter o corpo em movimento, respeitando os limites de cada fase terapêutica, pode trazer benefícios expressivos tanto físicos quanto emocionais, inclusive para quem enfrenta cânceres hematológicos, como leucemias, linfomas e mieloma múltiplo.

Aumento de força e resistência

A sarcopenia, perda progressiva de massa e força muscular, se inicia entre os 30 e 50 anos e se intensifica após os 60. Ela afeta mobilidade, independência e saúde global.

Nas neoplasias hematológicas, estudos realizados em 2023 apontaram que mais de 30% dos pacientes apresentaram a condição antes do tratamento. Em linfomas difusos de grandes células B, por exemplo, a sarcopenia foi preditiva de maior toxicidade ao tratamento, menor resposta terapêutica e pior sobrevida global.

Os exercícios regulares entram como apoio fundamental. De acordo com as novas pesquisas, treino de resistência (musculação) mantêm ou aumenta a massa e a força muscular, mesmo em idosos sedentários e que estejam com algum câncer do sangue. Também mostram que a combinação de treino resistido (com levantamento de pesos, por exemplo), somado à suplementação proteica, traz mais benefícios na velocidade de caminhada e força funcional.

A prática de atividades físicas durante o tratamento também auxilia na redução da fadiga, um dos sintomas mais comuns relatados por pessoas em quimioterapia ou radioterapia. Além disso, contribui para a preservação da massa muscular, melhora do sono, fortalecimento do sistema cardiovascular, controle de peso e redução do risco.

E mais do que os benefícios físicos, mover o corpo impacta diretamente a saúde emocional. A prática de exercícios estimula a liberação de endorfinas, substâncias responsáveis pela sensação de bem-estar, e ajuda a diminuir quadros de ansiedade e depressão, comuns durante a jornada do câncer. Para muitos pacientes, a atividade física representa um momento de reconexão com o próprio corpo, resgate da autoestima e da autonomia.

Pode durante o tratamento?

Sim, pode, e deve, desde que com orientação adequada. Para pacientes com neoplasias hematológicas, como leucemias ou mieloma múltiplo, que muitas vezes apresentam alterações na contagem de plaquetas, anemia ou questões ósseas, é importante que a prática seja adaptada à condição clínica. Caminhadas leves, alongamentos, exercícios respiratórios ou até mesmo atividades dentro de casa já são um bom começo. A liberação médica e o acompanhamento de um fisioterapeuta ou educador físico especializado em Onco-Hematologia são fundamentais.

Durante o tratamento do câncer, o objetivo não é alcançar metas de performance, mas sim manter o corpo ativo dentro das possibilidades individuais. A regularidade, e não a intensidade, é o mais importante. Por isso, cada pequena movimentação conta: seja subir escadas, se alongar pela manhã ou caminhar alguns minutos por dia.

Em cânceres como o mieloma múltiplo, que afeta diretamente os ossos, é preciso atenção redobrada para evitar quedas e fraturas. Já nos linfomas e leucemias, nas quais paciente pode passar por períodos de imunossupressão, o ambiente para a prática também deve ser controlado. A palavra-chave é individualização: cada paciente tem um momento e um tipo de exercício que será mais seguro e benéfico.

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