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Nutrição e câncer – Comer bem ajuda no tratamento

O acompanhamento nutricional é fundamental para que o paciente consiga obter melhores resultados e também manter sua qualidade de vida

Por Camila Farias Cordeiro Castilho, nutricionista oncológica da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo 

Após o diagnóstico da doença oncológica e início do tratamento, a alimentação é um dos fatores mais importantes e deve ser acompanhada durante todo o período de tratamento. O estado nutricional tem um papel fundamental no desfecho clinico e na qualidade de vida do paciente, o aconselhamento dietético deve ser individualizado e intensivo.

Uma alimentação saudável e balanceada, pode trazer grandes benefícios para o tratamento e para a manutenção do estado nutricional. É comum pacientes manifestarem efeitos colaterais que podem interferir diretamente na ingestão alimentar e perda de peso, como: mucosite (feridas na boca), constipação, vômitos, dor ao deglutir, náuseas, boca seca, alterações de paladar, entre outros.

Esses efeitos podem reduzir a capacidade do paciente tolerar o tratamento e aumentar os riscos de infecções. No entanto, alguns pacientes podem ganhar peso, o que pode comprometer o resultado do tratamento a longo prazo.

Durante o tratamento não há necessidade de realizar uma dieta específica ou restrita, a alimentação deve ser a mais saudável possível. A restrição deve ser orientada apenas em pacientes que apresentem outra doença crônica, como diabetes e hipertensão, mas não decorrente do tratamento oncológico.

  • Dicas para uma alimentação balanceada
  • Comer a cada 3 horas
  • Consumir no mínimo, 3 porções de frutas por dia.
  • Consumir 3 porções de legumes ou verdura por dia.
  • Preferir alimentos integrais.
  • Alternar as fontes proteicas entre carne, frango, peixe e ovo
  • Evitar o consumo de alimentos industrializados e processados.
  • Diminuir a ingestão de açúcar, sódio e excesso de gordura.
  • Diminuir o consumo de bebidas açucaradas.

A adequação da alimentação poderá trazer alivio dos efeitos decorrentes do tratamento e auxiliar o paciente nas escolhas alimentares.

Dicas de manejo dos efeitos colaterais durante o tratamento.

Diarreia

Aumente a ingestão de líquidos. Utilize temperos como cebola, alho, sal e óleo com moderação. Suspenda os alimentos laxativos, como verduras, laranja, ameixa, mamão, leite e derivados, grãos integrais. Introduza alimentos constipantes como banana prata, maçã, melão, melancia, goiaba, limão.

 

Constipação (intestino preso)

Aumente o consumo de sucos laxativos, como laranja, mamão, ameixa. Aumente o consumo de alimentos ricos em fibras (legumes, frutas, verduras cruas e cozidas, grãos integrais).

Náuseas e vômitos

Aumente o fracionamento das refeições. Evite ingerir líquidos durante as refeições. Mantenha-se afastado da cozinha durante o preparo das refeições. Evite os alimentos muito condimentados, gordurosos e doces. Não consuma líquidos durante as refeições.

Boca seca

Ingira pequenas quantidades de líquidos frequentemente. Consuma balas de limão ou hortelã e gomas sem açúcar. Introduza mais molhos, caldos, sopas.  

 

 

Mucosite oral (feridas na boca) ou dor para engolir

Evite os alimentos irritantes da mucosa, condimentados, duros e secos. Altere a consistência da dieta para cremosas, sopas, purês, milk-shakes.  

Alteração de paladar

Mantenha a temperatura das refeições conforme aceitação. Inclua ervas e especiarias nas preparações para acentuar o sabor dos alimentos. Introduza alimentos ácidos, caso não apresente feridas na boca.

Falta de apetite

Realize refeições leves várias vezes ao dia, pelo menos de três em três horas; coma e beba bem devagar; evite beber líquidos junto com o almoço e jantar. Beba-os trinta minutos antes ou após as refeições; prepare pratos coloridos e variados e inclua novos alimentos em seu cardápio; se possível, deixe que outra pessoa prepare a refeição e evite ficar na cozinha neste momento; a comida deve ser preparada na consistência que mais lhe agradar e que você consiga tolerar melhor, podendo variar da consistência normal (alimentos ou preparações de qualquer consistência); branda (alimentos em pedaços e bem cozidos); pastosa (alimentos em forma de purês, suflês, amassados, desfiados ou liquidificados) ou líquida (sob a forma de sopas liquidificadas ou não, como sucos, sorvetes, gelatinas).

Fale com um nutricionista profissional! 

Inclua suplemento alimentar conforme orientação de um nutricionista. Procurar por ajuda de um nutricionista oncológico já no início do tratamento é uma maneira efetiva de manter um bom estado nutricional. A orientação nutricional será feita de acordo com o tratamento indicado.

 

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