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O que é estadiamento do câncer?
Saber a progressão de uma neoplasia é essencial para a escolha do melhor protocolo de tratamento
O diagnóstico de um câncer traz consigo uma série de etapas fundamentais para o planejamento do tratamento. Entre elas, uma das mais importantes é o estadiamento, processo que determina a extensão da doença no organismo. Essa classificação é essencial para orientar médicos e pacientes sobre as melhores estratégias terapêuticas, além de ajudar a prever o prognóstico.
O que significa estadiamento?
De forma geral, o estadiamento indica quão avançado está o câncer. Em tumores sólidos, costuma-se avaliar o tamanho do tumor, se há linfonodos comprometidos e presença de metástases.
Nas neoplasias hematológicas, como leucemias, linfomas e mieloma múltiplo, o processo é diferente. Porém, nesses casos, não há um “tumor sólido” a ser medido, mas sim alterações no sangue, na medula óssea e em órgãos linfáticos. Por isso, foram criados sistemas específicos de classificação e estadiamento para cada tipo de doença.
- Leucemias
Nas leucemias agudas, não se aplica o sistema de estadiamento. Nas leucemias crônicas, a progressão é analisada com o surgimento de sintomas (no caso da leucemia linfocítica crônica), e por fases, divididas em crônica, acelerada e blástica (na leucemia mieloide crônica).
- Linfomas
Nos linfomas, existe um sistema bem definido e a doença é classificada em quatro estágios (I a IV), de acordo com o número e a localização dos linfonodos ou órgãos comprometidos.
Estágio I e II: doença localizada. O tratamento costuma incluir quimioterapia e, em alguns casos, radioterapia.
Estágio III e IV: doença avançada, com envolvimento de várias regiões. O tratamento é mais intensivo, geralmente com esquemas de quimioterapia combinada, imunoterapia e, em alguns casos, transplante de medula óssea.
- Mieloma múltiplo
No mieloma, o ISS – International Staging System classifica os pacientes em três estágios (I, II e III), de acordo com marcadores sanguíneos que indicam a gravidade da doença:
Estágio I: doença inicial, com menos impacto em órgãos como rins e ossos. O tratamento pode incluir terapia com medicamentos orais ou injetáveis de menor intensidade.
Estágio II: fase intermediária, que exige combinações terapêuticas mais robustas.
Estágio III: doença mais avançada, geralmente associada a anemia, lesões ósseas e alterações renais. O tratamento costuma ser mais agressivo, incluindo esquemas combinados de drogas e, quando indicado, transplante autólogo de medula óssea.
Por que o estadiamento é tão importante?
O estadiamento não é apenas um número ou letra no prontuário, mas ele traduz, de forma prática, o ponto de partida para o tratamento. Além de guiar médicos nas decisões terapêuticas, também ajuda pacientes e familiares a compreenderem melhor a doença e o caminho que será seguido a partir do diagnóstico.
Avanços nas últimas décadas trouxeram novas terapias, como imunoterapia, terapias-alvo e células CAR-T, que vêm transformando o cenário do tratamento das neoplasias hematológicas, e o estadiamento continua sendo um pilar essencial para personalizar o cuidado.
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