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Dr. Breno na Folha de SP – Relação entre paciente de câncer e médico vai além do consultório
Especialistas estendem tratamento à família e tiram dúvidas por redes sociais
Um novo olhar sobre o câncer transforma o indivíduo em protagonista de terapias mais tecnológicas e personalizadas, que levam em conta genética, história e estilo de vida de cada um.
Pessoas em tratamento conversam hoje com os especialistas sobre família, relacionamentos, e perguntam de tudo a qualquer hora por telefone ou redes sociais.
É o caso do Dr. Breno Gusmão e seus pacientes.
Começou com uma ida ao pronto-socorro por uma suspeita de zika, em janeiro de 2016. Seguiram-se dez dias de internação na UTI, com diagnósticos inconclusivos.
Quando Suely Pena, 62, descobriu que o problema era mieloma múltiplo, seu quadro de saúde já estava bem complicado. A engenheira química e representante comercial foi então submetida a quatro dias de uma quimioterapia barra pesada, que acabou por provocar um transtorno neurológico e a fez ficar mais 42 dias na UTI.
Somados às internações para dois transplantes de medula, um em maio e outro em outubro de 2016, foram quase 90 dias de hospital.
“Depois de passar tanto tempo internada em uma UTI, se a coisa for pesada com o médico você não aguenta”, afirma Suely.
O relacionamento com seu hematologista, Breno Gusmão, é sério, mas não pesa. “Ele é alegre e atencioso. Apesar de fazer mil coisas, responde prontamente qualquer dúvida”, diz ela.
O médico diz partir do princípio que é preciso conhecer profundamente o paciente e ser transparente e claro em relação tanto ao problema quanto aos tratamentos.
“Não é para ter medo do câncer, mas tem que respeitar a doença, sem banalizar”, diz o médico.
O caminho é um relacionamento aberto, em que informações são trocadas e outras pessoas são incluídas. “O médico trata o paciente e também a família e seu entorno”, diz o especialista.
Casada e com um filho de 30 anos, Suely conta que seu médico conhece toda a família e sabe dos seus problemas.
“As inovações científicas e tecnológicas ajudam muito, mas ainda somos seres humanos. Sem contar com o apoio das pessoas, com o afeto, fica muito difícil levar adiante”, afirma Gusmão.
Fonte: Folha de São Paulo
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