No mês de conscientização sobre a saúde masculina, destacamos aqui os principais cuidados Os cânceres hematológicos, como linfoma, leucemias e…
Mielodisplasia também acontece na infância
A doença pode se transformar em leucemia aguda, por isso diagnóstico precoce é essencial
Em outubro, foi comemorado o Dia de Conscientização sobre a Síndrome Mielodisplásica (SMD), também conhecida por mielodisplasia. Esta é uma doença que, comumente, afeta pessoas acima dos 60 anos de idade. Mas a mielodisplasa também acontece na infância. E é sobre isso que falaremos aqui, nessa matéria.
O que é a mielodisplasia
Para entender a mielodisplasia e como ela acontece no corpo, é fundamental conhecer como funciona o surgimento das células sanguíneas.
É na medula óssea que encontramos as células-tronco, células imaturas que dão origem a todas as células sanguíneas por meio de um processo de diferenciação celular. No nosso sangue encontramos três tipos de linhagens de células derivadas destas células-tronco:
- Glóbulos brancos (ou leucócitos) – combatem as bactérias e vírus que tentam entrar no organismo.
- Glóbulos vermelhos (ou hemácias) – responsáveis pela oxigenação de todo o corpo.
- Plaquetas – ajudam na coagulação, evitando as hemorragias.
Na mielodisplasia acontecem mutações genéticas no momento em que as células são originadas durante o processo de diferenciação celular, fazendo com que estas células se desenvolvam de maneira descontrolada e com perda de função. Com isso, a medula óssea passa a ficar povoada por células doentes, levando à diminuição de glóbulos brancos, vermelhos e/ou plaquetas.
Em alguns casos a síndrome mielodisplásica pode se transformar em leucemia mieloide aguda (LMA) em decorrência de mutações genéticas que levam a um dano muito importante na célula-tronco.
Mielodisplasia primária e secundária
A doença pode ser dividida nestes dois grupos. A SMD primária é aquela que não se sabe os motivos pelo qual as células-tronco sofreram modificações genéticas. Ela corresponde a maior parte dos casos. Já na secundária, o paciente passou por um tratamento, como quimioterapia ou radiação por exemplo, porém acaba desenvolvendo a doença justamente por este motivo.
SMD em crianças
Embora seja rara, a mielodisplasia pode acontecer durante a infância, em crianças abaixo dos 18 anos. Ela representa menos de 5% de todas as neoplasias do sangue. Nas crianças, é também mais comum que ela se agrave e vire uma leucemia aguda, quando comparado aos adultos.
Por isso é muito importante ficar atento a sinais como:
- Anemia e palidez
- Fraqueza e cansaço extremos
- Sangramentos espontâneos
- Febre
- Aparecimento de manchas vermelhas na pele
Descobrir a mielodisplasia logo no início é muito importante para os melhores resultados no tratamento e também para evitar que ela se agrave.
Para isso, o primeiro passo é realizar um hemograma (exame de sangue completo) para entender o comportamento das células. O médico também irá pedir um exame na medula óssea, para que os resultados sejam mais precisos.
Síndrome mielodisplásica na infância tem tratamento!
Caso o diagnóstico seja confirmado, saiba que há tratamentos!
Para as crianças que apresentam um baixo risco de desenvolver uma LMA, na maior parte dos casos não será necessário realizar um tratamento e sim um acompanhamento médico. É possível que, às vezes, seja indicado um medicamento para estimular a produção de células na medula óssea, como a eritropoietina (que ajuda a subir os glóbulos vermelhos) ou o filgrastim (que ajuda a subir os glóbulos brancos). Para aqueles pacientes que apresentam anemia, pode ser necessária a transfusão de sangue (hemácias ou plaquetas).
Agora, para as crianças consideradas de alto risco, o tratamento será de extrema importância. Quimioterapia e terapias biológicas, como Azacititina e Decitabina, podem ser indicadas como ponte a um transplante de medula óssea.
E nesse contexto, o transplante de medula óssea (TMO) do tipo alogênico é a única opção curativa.
É importante lembrar que apenas o onco-hematologista pediátrico, médico especialista no tratamento da SMD, é quem pode indicar qual a melhor terapia para o paciente.
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