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LLC em 2020: o que mudou e o que ainda permanece igual
Novos tratamentos vêm chegando, com bons resultados
Por Breno Gusmão e Natalia Zing, onco-hematologistas da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo
A leucemia linfocítica crônica (LLC) acontece por conta da proliferação dos glóbulos brancos (linfócitos B maduros) na medula óssea e, portanto, é considerada um câncer. Se você recebeu o diagnóstico, fique calmo! Há tratamento, com bons resultados. Com o passar dos anos, muito ainda permanece igual, mas mudanças também surgiram.
O que é a leucemia linfocítica crônica
Como vimos, é um tipo de câncer do sangue e tem um discreto predomínio entre os homens. A incidência é maior em pessoas acima dos 60 anos de idade. E apesar de ser um câncer, a maior parte dos pacientes recebem o diagnóstico em exames de rotina, sem nem mesmo apresentarem qualquer sintoma.
São três os tipos de LLC:
Leucemia linfocítica crônica: caracterizada pela contagem de linfócitos B acima de 5.000, que podem ser avaliadas em sangue periférico.
Linfocitose B monoclonal: quando há o aumento de linfócitos, com as mesmas características da LLC, porém com contagem inferior a 5.000 células no sangue periférico.
Linfoma de pequenos linfócitos: aumento de linfonodos, com as mesmas características da LLC, mas sem aumento de linfócitos no sangue periférico.
Sintomas da LLC
Como vimos, é possível que o paciente não apresente sintomas. Mas dentre os mais comuns são:
- Fadiga e cansaço extremo
- Perda de peso sem motivo aparente
- Aumento de gânglios (ínguas/carocinhos na região do pescoço, axila e virilha)
- Aumento do fígado e baço
- Suor noturno
- Febre e infecções constantes
Exames serão necessários para a confirmação do diagnóstico, como o hemograma. Para ver a relação completa, clique aqui.
Watch and Wait – Permanece igual
Apesar de tratar-se de uma doença oncológica, nem todos os pacientes terão indicação de tratamento. É isso mesmo! Cerca de um terço permanecerá somente em acompanhamento clínico. Isto, porque, diversos estudos já demonstraram que o tratamento precoce, antes de qualquer sintoma relacionado à doença, não agregou benefício, tão pouco impactou em sobrevida nestes casos.
Sendo assim, apenas dos avanços nas opções terapêuticas, os pacientes assintomáticos, continuam no que chamamos de Watch and Wait (assistir e aguardar, do inglês).
Mas 2020 traz novas opções de tratamentos, para aqueles que precisam
Já para aqueles pacientes com indicação de tratamento, tivemos grandes avanços nos últimos anos, com a inclusão de novas drogas. Elas são mais específicas, com mecanismos de ação direcionado aos linfócitos da LLC e apresentam menor toxicidade, possibilitando melhor qualidade de vida e principalmente maior impacto em sobrevida.
Além das características biológicas da doença, o perfil do clínico de cada paciente, como idade, comorbidades (doenças associadas) e performance clínica interferem diretamente na decisão terapêutica.
O esquema quimioterápico denominado RFC (Rituximabe + Fludarabina + Ciclofosfamida) continua sendo uma opção razoável, porém apenas para um seleto grupo de pacientes, considerados de baixo risco, com menos de 65 anos, e com poucas comorbidades.
Dando seguimento às opções de primeira linha de tratamento, há combinações com anticorpo monoclocanal (Rituximabe ou Obinutuzumabe) e Clorambucil, para aqueles com maior fragilidade. Ou ainda, mais recentemente aprovado, a associação entre Obinutuzumabe com Venetoclax (G-veneto).
Para os pacientes que apresentam deleção do cromossomo 17 e/ou a mutação do TP53, o que configura uma doença mais agressiva, com pouca resposta à quimioterapia, além o G-Veneto, há a opção do tratamento com Ibrutinibe (oral) em monoterapia.
Além das opções descritas em primeira linha, para aqueles que invariavelmente necessitarão de tratamento subsequentes há ainda a combinação entre Rituximabe e Venetoclax ou com Bendamustina. Em pacientes jovens com perfil de doença mais agressivo, o transplante alogênico (com doador) se mantém como uma opção terapêutica. E, neste caso, com intuito curativo.
O sistema público precisa se preparar para as mudanças
Infelizmente a acessibilidade ao tratamento ainda é um grande desafio. E não só no setor público, mas também no setor privado. É evidente que entre os dois mundos há um grande abismo. O setor público é extremamente limitado, apenas com poucas medicações disponíveis, e respostas não satisfatórias. Por outro lado, no setor privado nos deparamos com a má cobertura pelos planos de saúde, devido ao alto custo das novas terapias.
por isso os medicos publicos quando termiram minha avaliação ficaram sem resposta sobre tratamento ou sobre meu diagnostico meu caso tenho 57 estou num estagio de linfonodos e inflamacoes continuas e muito panico estou me virando com anti viral e anti inflamatorio pouca alimentação pois meu sistema ja esta com uma baixa de imoglobina g tenho risco de infecção mas serie vermelha normal plaqueta diminuindo mas ainda normal essa medicação que tomo pouco eficiente
Oi Maria! É sempre importante alinhar com seu médico o uso de qualquer medicamento ok? Entenda com ele se anti-inflamatório e anti-virais são realmente indicados. Obrigado.