No mês de conscientização sobre a saúde masculina, destacamos aqui os principais cuidados Os cânceres hematológicos, como linfoma, leucemias e…
CAR-T Cell é aprovada no Brasil para mieloma múltiplo
Nova técnica vem revolucionando o tratamento onco-hematológico em diversos países
Não é de agora que ouvimos falar sobre novos tipos de terapias que vem revolucionando o tratamento do câncer em diversos países. Mas agora está ainda mais próximo: a técnica CAR-T Cell é aprovada no Brasil para mieloma múltiplo.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de autorizar o uso do medicamento Carvykti® (ciltacabtageno autoleucel), baseado nas células T e fabricado pela empresa Janssen-Cilag Farmacêutica, em pacientes adultos com esse tipo de câncer hematológico.
Outro ponto importante, e que deve ser destacado, é que o medicamento é indicado para pacientes com mieloma múltiplo que não responderam ao tratamento com as três classes de medicamentos utilizadas na terapêutica de combate à doença (agentes imunoduladores, inibidores de proteassoma e anticorpos monoclonais), e que tiveram recidiva.
Como age a CAR-T Cell no mieloma
Todos temos no corpo células de defesa contra invasores como vírus e bactérias. Dentre elas estão as células T. Quando o paciente recebe a indicação para o tratamento com a técnica CAR-T Cell, como primeiro passo serão coletadas suas células T, em um dos hospitais regularizados para o procedimento. Elas são enviadas a um laboratório certificado, para que sejam geneticamente modificadas para que um novo gene possa ser incluído, contendo uma proteína específica, conhecida como receptor de antígeno quimérico, o CAR. Essa proteína irá direcionar essas células T para matar as células doentes (aquelas que apresentam o antígeno BCMA, no caso do mieloma).
Resumindo: as próprias células T do paciente, mudadas geneticamente, irão eliminar as células cancerígenas do corpo.
Como usar o Carvykti®
Este medicamento será feito com os próprios glóbulos brancos do paciente. Então, como vimos, estas células serão coletadas, por meio de um processo chamado leucaférese, que pode levar de 3 a 6 horas e, em alguns casos, ser realizado mais de uma vez.
Os glóbulos brancos coletados serão enviados para um centro de fabricação, onde o medicamento será produzido a partir deles. O tempo de produção demora cerca de 4 a 5 semanas. Enquanto o medicamento está sendo produzido, o paciente receberá outras terapêuticas para tratar o mieloma múltiplo. E, nos três dias anteriores à aplicação do Carvykti, será necessário fazer quimioterapia.
Este tratamento é feito por meio do uso de um cateter e exige acompanhamento médico, seguido de internação por alguns dias.
A eficácia do medicamento foi estabelecida com base na taxa de resposta geral e na duração da resposta, durante estudo. A taxa de resposta global foi de 97,9%, ou seja, 97,9% dos pacientes do estudo responderam positivamente ao tratamento.
Tratamento do mieloma múltiplo
O mieloma múltiplo é um dos tipos de cânceres que mais vem ganhando novas opções terapêuticas. Como tratamento de primeira linha, a quimioterapia e o transplante de medula óssea autólogo apresentam resultados bastante positivos.
Hoje temos também, no Brasil, aprovação de vários medicamentos e combinações para tratamento da doença recidivada e refratária:
- Anticorpos monoclonais – Daratumumabe e isatuximabe são potentes e pouco tóxicos, sendo excelentes opções terapêuticas.
- Inibidores de proteassoma – Há muito tempo eles são um sucesso no tratamento do mieloma. Como exemplos, o bortezomibe, que está disponível no SUS e também o ixazomibe, que tem as vantagens de ter poucos efeitos adversos e ser em comprimido.
- Imunomoduladores – A lenalidomida se destaca por ser pouco tóxica, e a talidomida que está disponível no SUS.
A CART-T Cell é mais uma técnica que vem para trazer esperança e excelentes resultados na remissão desse tipo de câncer hematológico.
Mais informações na matéria Mieloma múltiplo refratário e recidivado
O que é mieloma múltiplo?
O mieloma múltiplo tem início na medula óssea, quando no momento em que os linfócitos se diferenciam para, então, tornarem-se plasmócitos, ocorre uma mutação celular em um ou mais genes e passam a produzir plasmóticos anormais.
Os plasmócitos defeituosos/doentes acumulam-se na medula óssea, formando os plasmocitomas, que atrapalham o funcionamento das células saudáveis. Os plasmocitomas podem crescer dentro do osso e também fora dele.
Quando crescem dentro do osso, podem danificar a estrutura óssea. O mieloma múltiplo acontece quando estas células doentes estão dentro e fora do osso.
Este tipo de câncer corresponde a cerca de 1% dos tumores malignos e 15% das neoplasias hematológicas. Em estudos, observou-se que o MM é duas vezes mais comum entre os negros e também tem maior probabilidade de desenvolvimento em homens.
A principal função dos plasmócitos é produzir as imunoglobulinas, responsáveis pela defesa do corpo. Plasmócitos anormais produzem imunoglobulinas anormais, que não conseguem exercer suas funções de proteção e formam um amontoado de proteínas “bagunçadas”. Estas proteínas são chamadas de “proteína monoclonal” ou “proteína M”. Esta é uma outra característica bem típica e bastante importante em pacientes com mieloma múltiplo, que pode ser detectada no sangue ou urina.
Obrigado, Dr.Breno. uma matéria de suma importância, como sempre.
Obrigado Dr. Breno
Excelente noticia, mais uma opção no tratamento.
Notícia maravilhosa, obrigada dr. BRENO
Uma luz que se acende para os portadores do MM. Excelente matéria. ??
Obrigado pelo conteúdo
Não tem jeito posso ler em outros sites, mas sempre volto
aqui para confirmar se a informação esta correta. Obrigado
pelas informações.
Meu pai está com o mieloma múltiplo. Gostaria de mais informações sobre a Car – t. Se possível queria entrar em contato com alguém
José, nesta matéria aqui falo bastante sobre o CAR-T Cell – https://drbrenogusmao.com.br/destaque/car-t-cell-muito-alem-do-linfoma/
Espero que ajude. Mas fico à disposição. Entre em contato com a minha secretária, a Daniela – [email protected] ou (11) 3505-4242
Obrigada Dr. Breno como é bom conhecer mais sobre essas doenças estou em tratamento do mieloma múltiplo. Suas matérias e postagens são tão esclarecedoras. Deus o abençoe sempre!