No mês de conscientização sobre a saúde masculina, destacamos aqui os principais cuidados Os cânceres hematológicos, como linfoma, leucemias e…
Síndrome mielodisplásica pode se transformar em leucemia aguda
Ficar atento aos sintomas é passo importante na busca pelo diagnóstico precoce
25 de outubro é Dia de Conscientização sobre a Síndrome Mielodisplásica (SMD), também conhecida por mielodisplasia. Esta é uma doença que, comumente, afeta pessoas acima dos 60 anos de idade. Mas crianças também podem ter o diagnóstico. Um ponto importante é que a síndrome mielodisplásica pode se transformar em leucemia aguda, por isso toda atenção aos sintomas é essencial.
O que é a SMD
Para entender a SMD e como ela acontece no corpo, é fundamental conhecer como funciona o surgimento das células sanguíneas.
É na medula óssea que encontramos as células-tronco, células imaturas que dão origem a todas as células sanguíneas por meio de um processo de diferenciação celular. No nosso sangue encontramos três tipos de linhagens de células derivadas destas células-tronco:
- Glóbulos brancos (ou leucócitos)– combatem as bactérias e vírus que tentam entrar no organismo;
- Glóbulos vermelhos (ou hemácias)– responsáveis pela oxigenação de todo o corpo;
- Plaquetas– ajudam na coagulação, evitando as hemorragias.
Na SMD acontecem mutações genéticas no momento em que as células são originadas durante o processo de diferenciação celular, fazendo com que estas células se desenvolvam de maneira descontrolada e com perda de função. Com isso, a medula óssea passa a ficar superpovoada por células doentes, levando à diminuição de glóbulos brancos, vermelhos e/ou plaquetas.
Em alguns casos a SMD pode se transformar em leucemia mieloide aguda (LMA) em decorrência de mutações genéticas que levam a um dano muito importante na célula-tronco.
Mielodisplasia primária e secundária
A doença pode ser dividida nestes dois grupos. A SMD primária é aquela que não se sabe os motivos pelo qual as células-tronco sofreram modificações genéticas. Ela corresponde a maior parte dos casos. Já na secundária, o paciente passou por um tratamento, como quimioterapia ou radiação por exemplo, porém acaba desenvolvendo a doença justamente por este motivo.
Fique atento aos sinais e sintomas da SMD
Como vimos, a síndrome mielodisplásica afeta o desenvolvimento das células do sangue, por isso o paciente pode apresentar:
- Anemia e palidez
- Fraqueza e cansaço extremos
- Sangramentos espontâneos
- Febre
- Aparecimento de manchas vermelhas na pele
Diagnóstico precoce é essencial!
Descobrir a mielodisplasia logo no início é muito importante para os melhores resultados no tratamento e também para evitar que ela se agrave, tornando-se uma leucemia mieloide aguda. Hemograma e avaliação da medula óssea são alguns dos exames essenciais para a descoberta da doença. Para ver a lista completa dos exames, clique aqui.
Mielodisplásica é câncer e tem tratamento!
Para que a melhor terapêutica seja indicada, os especialistas dividem os pacientes em dois grupos: baixo risco e alto risco (quando há grandes chances da SMD virar uma LMA).
Para os pacientes de baixo risco, na maior parte dos casos não será necessário realizar um tratamento e sim um acompanhamento médico. É possível que, às vezes, seja indicado um medicamento para estimular a produção de células na medula óssea, como a eritropoietina (que ajuda a subir os glóbulos vermelhos) ou o filgrastim (que ajuda a subir os glóbulos brancos). Para aqueles pacientes que apresentam anemia, pode ser necessária a transfusão de sangue (hemácias ou plaquetas).
Agora, para os pacientes de alto risco, o tratamento será de extrema importância. Quimioterapia e terapias biológicas, como Azacititina, Decitabina e Lenalidomida podem ser indicadas. O transplante de medula óssea (TMO) do tipo alogênico, quando é necessário um doador compatível, é a única opção curativa.
É importante lembrar que apenas o onco-hematologista, médico especialista no tratamento da SMD, é quem pode indicar qual a melhor terapia para o paciente.
Boa noite Dr Breno!
Se eu tenho mielodisplasia e possível que eu sinta mal estar além dos sintomas?