Aliada ao tratamento, traz qualidade de vida e melhores resultados clínicos O mieloma múltiplo é um tipo de câncer que…
Dr. Breno Gusmão no Blog da PanVel
Neste Fevereiro Laranja, médico falou sobre a importância do diagnóstico precoce e tratamentos para as leucemias
Fevereiro Laranja saiba sobre o tratamento e conheça a história de quem venceu a Leucemia
Alertar para a importância da conscientização sobre a leucemia e da doação de medula óssea são os principais objetivos do Fevereiro Laranja. Por aqui, também queremos aproveitar a data para celebrar a vitória de quem ganhou essa batalha e os avanços nos tratamentos que permitiram salvar a vida de milhares de pessoas diagnosticadas com o câncer no sangue, como a bancária Lívia da Costa Lins Alcantara da Silva, 34 anos, que você vai conhecer hoje!
O que é a leucemia?
Leucemia é um tipo de câncer do sangue que tem origem na medula óssea, um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior da maior parte dos ossos. “A leucemia acontece quando as células que originam os glóbulos brancos sofrem mutações que alteram sua função, fazendo com que se multipliquem de maneira descontrolada e impedindo que a medula óssea produza células saudáveis para o funcionamento do nosso corpo”, explica o onco-hematologista Breno Gusmão, do Hospital Beneficência Portuguesa, que mantém uma página com informações sobre a doença. As leucemias também podem ser agudas ou crônicas e estão divididas entre as que afetam as células de linhagem mielóide e as que afetam as células de linhagem linfóide.
Como é realizado o diagnóstico da leucemia?
As leucemias de crescimento lento podem não apresentar sinais aparentes. Já os sintomas da leucemia de crescimento rápido podem incluir:
- Infecções recorrentes e infecções graves
- Anemia
- Diminuição das plaquetas, gerando hemorragias leves ou graves, como sangramentos na gengiva
- Palidez, cansaço e sudorese noturna
“Quando os pacientes apresentam sinais clínicos que saem da normalidade, é realizado um exame de sangue e, em uma segunda fase do diagnóstico, uma punção da medula óssea para realizar vários exames que detectam características da doença. Esse exame é realizado no tutano do osso, é dali que se tira toda a informação”, explica o doutor Breno.
A história de Lívia
No caso de Lívia, os sintomas da leucemia apareceram em forma de cansaço constante, em 2014. Aos 27 anos, ela amamentava o segundo filho e acabava de voltar ao trabalho depois da licença-maternidade. Você já imaginou sentir um cansaço tamanho que torna difícil até subir um lance de escadas?
O que a bancária imaginava ser uma estafa provocada por tantas tarefas do dia a dia somou-se a uma dor de garganta que a impedia de se alimentar, deixando-a ainda mais fraca. E esse foi o primeiro diagnóstico: o de infecção na garganta, tratada com antibióticos e corticoide. Mas os sintomas continuavam, e a formação em Biologia a levava a entender que havia algo errado em seu corpo. Foi quando um exame de sangue diagnosticou a LMA – Leucemia Mielóide Aguda.
Como é realizado o tratamento da leucemia?
Depois do diagnóstico, é a hora do tratamento, que vai depender do tipo de linhagem da célula. “Todas as leucemias agudas precisam de quimioterapia e, dependendo das características, irão para o transplante de medula óssea. Já as leucemias crônicas, a não ser que seja a mielóide crônica, nem sempre precisam de tratamento, e sim de monitoramento”, explica o oncologista.
O caso de Lívia estava entre os que precisavam de tratamento urgente. E ele começou com sete dias de quimioterapia ininterrupta, seguidos de mais exames, e de um novo ciclo de quimioterapia e da terapia de consolidação, para limpar o corpo de qualquer resquício da doença. No total, foram 51 dias de internação – uma jornada cujo próximo passo seria o transplante.
Como é realizado o transplante de medula óssea?
O transplante de medula óssea é indicado para os casos em que a quimioterapia não é suficiente. “Evoluímos muito nos transplantes, e o Ministério da Saúde permite hoje que ele seja realizado em pacientes com até 75 anos de idade. Estima-se que serão realizados mais de 5 mil transplantes de medula em 2021 no Brasil. É uma cifra elevada, mas poderíamos fazer ainda mais”, afirma o doutor Breno Gusmão.
Apesar de seis pessoas terem demonstrado compatibilidade com Lívia, exames mais detalhados apontaram que nenhum deles poderia ser o doador. Ao transferir seu tratamento do Rio de Janeiro para o Hospital São Camilo, em São Paulo, ela conheceu a possibilidade de realizar um transplante haploidêntico (quando o doador é só 50% compatível).
Era o início de uma longa temporada em São Paulo para receber o transplante do pai. Um período no qual o atendimento humanizado e acolhedor da equipe médica e o apoio da família foram fundamentais. Enquanto o pai, o irmão e o marido se revezavam no hospital, sua mãe permanecia no Rio, para cuidar dos dois filhos de Lívia.
Os dias seguintes ao transplante foram de grande ansiedade pela “pega” da medula, que ocorre quando a taxa de plaquetas e de leucócitos atingem níveis suficientes por dois dias consecutivos.
“Todo o dia que o enfermeiro entrava no quarto de manhã, eu ficava na expectativa pelo resultado do hemograma. ‘Não foi hoje’, ele dizia.” Foram necessários 29 dias até que ela recebesse a notícia mais aguardada: a nova medula tinha sido aceita pelo organismo, um passo definitivo na cura da leucemia.
A vida após o transplante
O transplante haploidêntico, assim como o de medula, exige muitos cuidados no pós-procedimento. Devido à baixa imunidade e ao risco de rejeição da nova medula, o paciente precisa de acompanhamento constante. Para Lívia, a temporada em São Paulo durou sete meses. E mesmo ao voltar para casa, no Rio, continuava viajando regularmente ao hospital, pois as internações foram recorrentes nos três primeiros anos. Em 2019, os períodos no hospital diminuíram e ela pôde retomar o trabalho e os sonhos que haviam ficado em segundo plano durante o tratamento.
O mundo conheceu uma nova Lívia, fortalecida pela luta contra a leucemia. Durante o tratamento, sua melhor amiga também descobriu um câncer de sangue, e o marido de outra amiga faleceu devido à mesma doença. “Foi um processo que me transformou psicologicamente. Me sinto muito forte, poucas coisas me abalam hoje. Você descobre um lado seu que nunca imagina que vai conhecer. A minha fé em Deus me sustentou, sou um milagre”, afirma.
Assim como Lívia, milhares de pessoas podem ser salvas pelo transplante de medula. Você já pensou em ser um doador?
Como ser um doador de medula?
Ajudar a salvar uma vida está ao alcance de muitas pessoas. Você já pensou em ser uma delas? Para isso, é preciso procurar o Hemocentro de sua cidade para realizar o cadastro. Confira como são os passos:
- Coleta de amostra de sangue
- A genética do seu sangue será examinada e catalogada em um sistema nacional e internacional
- Se houver um possível candidato compatível, será necessário um novo exame confirmatório
- Caso a compatibilidade for confirmada, você está apto a ser um doador
A doação é altruísta e o doador é protegido e permanece em segurança durante todo o processo. “Ele estará doando um material precioso. Os cuidados foram redobrados durante a pandemia de coronavírus, para que o doador não corra nenhum risco, nem mesmo de contaminação da Covid-19”, explica o doutor Breno.
Fonte: Blog Bem PanVel
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