No mês de conscientização sobre a saúde masculina, destacamos aqui os principais cuidados Os cânceres hematológicos, como linfoma, leucemias e…
LMMC – Conheça a leucemia mielomonocítica crônica, tipo raro de câncer do sangue
O diagnóstico precoce é essencial, para que a doença não evolua para uma leucemia aguda
A leucemia mielomonocítica crônica (LMMC) é um tipo raro de câncer do sangue, que acomete na grande maioria dos casos homens com mais de 60 anos. Receber o diagnóstico precoce e correto é essencial para que a doença não evolua, tornando-se uma leucemia mieloide aguda (LMA).
Entenda a LMMC
Você deve estar se perguntando: o que é a LMMC? É uma leucemia crônica? É um outro tipo de leucemia?
Na verdade, a LMMC pode ser considerada uma síndrome, podendo compartilhar características de síndromes mielodisplásicas e/ou mieloproliferativas. Isso porque, grande parte dos pacientes apresentam um elevado número de monócitos displásicos no sangue, tipo de célula presente no sistema imune e que têm por função defender o organismo de corpos estranhos, como bactérias. Ou seja, a medula óssea, órgão responsável pela fabricação das células do sangue, sofre uma mutação genética. Com isso, passa a produzir monócitos em números superiores ao normal e que não funcionam corretamente, tornando-os malignos.
É possível que as demais células do sangue, como os glóbulos vermelhos (transportam oxigênio) e plaquetas (fazem a coagulação do sangue) também tenham o seu desenvolvimento afetado, mas a preocupação maior fica com o desenvolvimento dos blastos anômalos. Estas são células sanguíneas muito jovens e que não conseguem passar pelo processo de amadurecimento correto.
Quando o paciente apresenta blastos anômalos em grandes quantidades, é a situação que a LMMC está se transforme em uma LMA, tipo grave de leucemia.
Sintomas da LMMC
O volume anormal de monócitos causa o principal sintoma da doença: aumento do baço e do fígado. O aumento do baço, também chamado por esplenomegalia, pode causar dores na parte esquerda do abdome e um “sequestro” de células do sangue (causando anemia e plaquetopenia) e dar uma sensação de saciedade ao paciente, mesmo sem ingerir uma alimentação adequada. Já o aumento do fígado, hepatomegalia, pode gerar um desconforto na parte direita do abdome.
Por serem células de defesa, é possível que o paciente também apresente febre e infecções recorrentes. Caso os glóbulos vermelhos e plaquetas sejam atingidos, por falha na fabricação ou sequestro, o paciente poderá apresentar anemia e sangramentos.
Descobrir logo no início é o melhor caminho
Assim como para a maioria dos cânceres, descobrir a LMMC logo em seu início fará diferença nos bons resultados para o tratamento. Para isso, alguns exames serão necessários:
- Avaliação clínica – O primeiro passo é contar para o médico o que vem sentindo. O aumento do baço e do fígado pode gerar o primeiro alerta. Com isso, o especialista deverá apalpar a região do abdome para confirmar.
- Hemograma – É muito importante que um exame de sangue completo seja feito, pois nele aparecerão as alterações nas células do sangue. Em muitas ocasiões é o primeiro dado encontrado para investigação da doença.
- Análise da medula óssea – Com a suspeita de que o paciente pode ter um câncer do sangue, será preciso analisar a medula óssea para saber qual o tipo específico da doença. Para isso, o médico poderá sugerir uma biópsia da medula (um pedacinho do osso da região da bacia é retirado) ou um mielograma (é feita uma punção para a retirada por aspiração da medula óssea na região na bacia ou do esterno).
- Exames de laboratório – As amostras da medula óssea passarão pelo exame de citogenética, imunofenotipagem, FISH e/ou PCR, que irão analisar as células ali presentes e trazer o resultado do diagnóstico final.
LMMC tem tratamento! Mas é sempre necessário?
Com o diagnóstico em mãos, será importante logo dar início ao tratamento. A melhor escolha terapêutica será feita pelo médico e dependerá do estadiamento da doença. E também da condição de saúde do paciente.
Quando necessário tratar, a primeira opção indicada geralmente é a quimioterapia com agentes hipometilantes. O objetivo é combater as células cancerígenas (monócitos). Como alguns pacientes podem apresentar queda de plaquetas e hemoglobina, será importante realizar transfusão de sangue e/ou plaquetas. Caso sejam muito recorrentes, para evitar que haja sobrecarga de ferro no organismo, serão receitados medicamentos chamados quelantes.
O transplante de medula óssea é a única terapia curativa para a LMMC e ainda bastante utilizado para estes casos. Em especial naqueles pacientes com estágio mais avançado da doença ou que tenham ao diagnostico exames que levem ao chamado alto risco. Nestes casos, a opção indicada é o TMO alogênio (com doador HLA 100% compatível, aparentado ou não aparentado) ou o haploidêntico (aparentado, HLA 50% compatível). Para entender melhor o transplante de medula óssea, clique aqui.
CART T Cell em breve será opção!
Estudos nos Estados Unidos e Europa têm sido realizados utilizando a terapia celular (CART T Cell) como opção de tratamento para pacientes com LMMC. A ideia é modificar ou treinar os linfócitos saudáveis do paciente fora do corpo e depois injetá-los novamente no paciente.
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