No mês de conscientização sobre a saúde masculina, destacamos aqui os principais cuidados Os cânceres hematológicos, como linfoma, leucemias e…
Qual o papel do imatinibe no tratamento da LMC?
Saiba mais sobre o medicamento que revolucionou a Oncologia e que oferece excelentes resultados aos pacientes de leucemia mieloide crônica
A leucemia mieloide crônica (LMC) é um tipo de câncer do sangue, que tem início na medula óssea, quando as células de defesa passam a se proliferar de forma descontrolada. Sua principal característica é a presença do cromossomo Philadelphia (Ph+), resultado da translocação dos cromossomos 9 e 22. Ainda não se sabe ao certo o porquê essa alteração genética ocorre, mas já é conhecido que esta falha no gene promove a produção de uma proteína anômala, conhecida por tirosina quinase BCR-ABL. E o imatinibe tem o papel de combatê-la.
Conheça o imatinibe
O imatinibe é um medicamento oral, que visa inibir a produção da tirosina quinase, atuando especificamente contra a proteína BCR-ABL. Ao bloquear a atividade desta proteína “doente”, ele interrompe a sinalização que gera a proliferação das células cancerosas, controlando efetivamente a progressão da doença.
Hoje, ele é utilizado como tratamento de primeira linha para pacientes diagnosticados com LMC, apresentando uma redução significativa ou até mesmo o desaparecimento total das células cancerígenas do sangue na grande parte dos casos. Além disso, muitos pacientes obtêm respostas citogenéticas e moleculares profundas, o que significa uma remissão completa.
É importante destacar que este medicamento revolucionou a Oncologia, pois com apenas alguns comprimidos, trouxe a inovação de tratar/inibir apenas a mutação genética, promovendo menos reações adversas e excelentes resultados clínicos.
Agora, assim como qualquer medicamento, é possível que o paciente apresente alguns efeitos colaterais, como náuseas, cãibras musculares, erupções cutâneas, dentre outros. É essencial sempre compartilhar com o médico, até para entender se é preciso – ou não – trocar de tratamento.
Outro ponto de atenção é que este é um tratamento contínuo, por toda a vida. Ou seja, o paciente não deve parar de tomar os medicamentos, mesmo quando os exames não mostram mais a produção de células cancerígenas.
Posso parar de tomar meu inibidor de tirosina quinase? Clique e saiba mais
Outros tratamentos na LMC
O sucesso do imatinibe estimulou a pesquisa e desenvolvimento de outros inibidores de tirosina quinase (ITKs), como dasatinibe e nilotinibe, hoje também utilizados em primeira linha; bosutinibe e a mais recente aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), asciminibe, opções alternativas para pacientes que não respondem adequadamente ao imatinibe ou desenvolvem resistência ao tratamento; e o ponatinibe, indicado para pacientes de LMC que apresentam a mutação genética chamada T315I.
A história do imatinibe é uma prova do impacto das terapias direcionadas e da importância da pesquisa contínua na luta contra o câncer. À medida que a ciência avança, espera-se que novos tratamentos e estratégias continuem a emergir, proporcionando ainda mais opções e melhores resultados para os pacientes com LMC.
This Post Has 0 Comments